Sunday, March 19, 2006

Supra-temporal

Um texto escrito por uma pessoa que sabe muito pouco sobre quase nada, após horas de conversa com a Luluk, dedicado ao Thomas (o cara que conseguiu definir o nível de intimidade que eu quero ter com Deus) e à Roberta (a mulher que sabe o nome de todos os planetas de todas as galáxias).

Através do Invisível:
certas vezes, é melhor fechar os olhos para ver melhor

“E disse Deus: Haja. E assim se fez.”
Quando penso em Deus e na sua atemporalidade, gosto de refletir sobre o início de todas as coisas, sobre o que existia antes dO Existir. Por muito tempo, me perguntei sobre o que existia antes de haver Deus e quem O teria feito.Mas a resposta, logicamente, teria que transpor os pensamentos humanos, porque Deus está acima de todos eles. De modo que só o nada existia, pelo simples fato de que antes dO Existir iniciar a eternidade, que não tem início ou fim, nada havia.O nada, entretanto, preso na essência do não haver; sentiu-se só. Na solidão está o pior lugar para viver. De fato, o nada precisava preencher o vazio que existia dentro de si, com algo tão imenso que minha mente, tão pequenina, não acha palavras para descrever ...E assim foi: solidão, medo, vazio e angústia atormentavam o nada na aplenitude dos tempos. Até que a necessidade de ser preenchido tornou-se tão insuportável que ele explodiu em forma de planetas, estrelas, cometas e satélites, gerando galáxias e sistemas num Big Bang de emoções e sentimentos.Fica claro que o nada precisava de amor, pois tudo, inclusive o nada, precisa ser preenchido com Deus. Sendo assim, Deus nasceu da necessidade tão intensa que o Amor tem de manifestar-se, de ser vivido, que até o nada sofreu por não tê-lo. Agora, torna-se muito fácil responder quem criou Deus, nada O criou!!! Deus é a essência do Amar, O Único capaz de preencher os grandes vazios do tamanho do universo, como também o vazio do nosso coração. Ao buscar definições existencialistas de quem somos, tento fugir da tristeza de Nietzsche e mergulhar na profundidade de Paulo.Sendo assim, somos pessoas em busca do auto-esvaziar-se em prol do privilégio de desfrutar da intimidade relacional da Trindade. É necessário que aprendamos a ver a Glória de Deus manifesta, notoriamente, na criação. Seja na criação que podemos tocar, como na criação que está tão longe de nós que precisamos de um telescópio para apreciar. Pois é maravilhoso saber que, assim como a lua reflete a luz do Sol, nós resplandecemos a justiça de Deus.
Cabe ressaltar, no entanto, que no invisível a Glória manifesta-se de maneira mais pura, no invisível, O vemos, pela fé, na convicção de fatos que não se vêem!!! Porque o sobrenatural não precisa manifestar-se em terremotos e tornados, pode, porém, revelar-se na brisa suave.“NÃO ATENTANDO NÓS NAS COUSAS QUE SE VÊEM, MAS NAS QUE SE NÃO VÊEM; PORQUE AS QUE SE VÊEM SÃO TEMPORAIS, E AS QUE SE NÃO VÊEM SÃO ETERNAS” (Já que até o brilho de uma estrela que vemos hoje no céu pode ser a luz de um corpo que não mais existe) Pela fé, a gente aprende a ver possibilidades onde ninguém mais vê solução; a ver flores em galhos secos; a ver vida onde, aparentemente, só há morte; a ver salvação onde todos vêem vergonha; a sempre ver felicidade porque só a graça de Cristo já basta e abunda!!!Dessa maneira, o universo é tão silencioso, pois, lá, a Glória de Deus brada em voz tão estridente que nem as ondas sonoras conseguem propagar-se, porque, o que outrora era vácuo, agora é repleto de PLENITUDE!!!Nesse sentido, quando procuramos nossa identidade, não devemos olhar para um espelho, nem para as possíveis semelhanças nos outros, contudo, para dentro de nós mesmos, pois lá, no deserto do meu coração, em meio aos clamores da nossa alma, encontramos a Cristo e, somente assim, nos reconhecemos, encontramos a nós mesmos, porque fomos feitos à imagem e semelhança dEle...Mergulhar no invisível: privilégio de poucos...
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio de cousas que foram criadas. Tais homens, por isso, são indesculpáveis; (...)”

Quando ouvi sobre física quântica, fiquei pensando na complexidade do Amor de Deus, pois quanto mais o divido, mais ele multiplica-se dentro de mim...

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