Friday, February 16, 2007

Testemunho do Lelê


"Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer. Então ensinarei os teus caminhos aos transgressores, para que os pecadores se voltem para ti." Salmo 51:12,13 (NVI)


Eu poderia começar esta carta contando como aprendi lições maravilhosas sobre nosso relacionamento com Deus e de, como isso me fez crescer na fé. Tudo isso certamente aconteceu. Mas eu gostaria de contar primeiro aquilo que eu vi Deus fazer na vida de pessoas que um dia deixaram de controlar suas vidas para fazer delas moradas de Cristo.
O ministério em que participei, Brasil: Música e Missão, adotava a estratégia musical para atrair o público com canções que faziam refletir a respeito da sede de conhecer a Deus, inerente a todo ser humano. E através de profundos testemunhos de vida, mostrava aos perdidos que essa sede só podia ser atendida e saciada por meio de Cristo. Foi realmente incrível ver mais de cento e sessenta pessoas pedindo para que Cristo entrasse em suas vidas através de um convite pessoal, e isso com apenas três apresentações. Logo após as apresentações, nós compartilhávamos o plano de salvação com o público e mais pessoas aceitavam a Cristo. Barreiras eram quebradas e o evangelho, poderoso para salvar, agia conforme a direção dada pelo Espírito Santo, Marcando vidas para Sempre. E uma dessas vidas marcadas sem dúvida foi a de Érica.
Agnóstica ao primeiro contato, Érica foi ficando curiosa a respeito de Deus e assim, iniciou-se um período de descobertas e veredictos a respeito da mensagem salvífica da cruz. O estudante Raphael Campos, de Niterói, foi quem apresentou inicialmente o plano de salvação a ela, e também contou em seu testemunho que, após uma das apresentações do ministério Brasil: Música e Missão no campus da UFPE, Érica passou a refletir bastante a respeito da existência e importância de Deus, tornando-se assim cada dia menos hostil ao evangelho. Durante o curto período de uma semana, Érica, antes agnóstica confessa, agora declarava-se seguidora do Deus no qual ela duvidava e que agora tornara-se sua rocha. Após convidar a Cristo para entrar em sua vida, tão quanto antes ela já estava freqüentando a escola dominical e culto vespertino de uma igreja local onde uma amiga evangélica sua congregava. O mais interessante nessa história toda foi que Érica conseguiu uma oferta dada por estudantes e obreiros do projeto missionário para contribuir na sua participação em um retiro de carnaval e, em um tom emocionado, disse algo que faz valer a pena qualquer esforço para que uma alma seja ganha para o Reino: "Obrigado por trazerem Deus até mim".
Janeiro de 2007 não foi o mesmo de outros para a vida de Érica. Assim como também não o foi para Rúbia, Geórgia, Jéssica, Natália, João e as outras mais de duzentas e setenta pessoas que receberam a Cristo em suas vidas.
E da minha parte, eu só tenho que agradecer por ter experimentado tão poderoso testemunho do agir da graça infindável de Deus estendida a todos os homens. Foi maravilhoso poder "levar" Deus a essas pessoas através de suas orações e investimento. Mais um capítulo da expansão do Reino de Deus sobre a Terra foi concluído, e, muitos outros ainda estão por vir.


Que os versículos 12 e 13 do Salmo 51 sejam uma constante verdade na sua vida e na minha.
Que Deus te abençoe.
Que o seu amor por Ele não esfrie e a Sua Paz habite em seu coração.
Que as palavras do evangelho e a compaixão pelas almas perdidas ainda possam fazer o seu coração arder.

Abraços muito apertados
Leandro

Porque Janeiro é mês de férias... mas com propósito!!!



Seis jovens e Um coração missionário...

Em breve, mais histórias sobre jan/07

Thursday, November 02, 2006

Sermão do Thoty

A visita de Deus

1.O Homem busca por Deus:
O homem por natureza busca por transcendência, é a busca por uma realidade que esteja acima da ordem material! Somos seres carentes de Deus, carentes de transcendência.
(Dt 8.3) - “Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam para te dar a entender que não só de pão viverá o homem mas de tudo que procede da boca do Senhor viverá o homem.”
A luta para encontrar significado na vida é a força motivacional primária do homem.
A verdade é que somente Deus pode dar significado, e pode saciar por completo nossos anseios, materiais e espirituais.
2.Deus se revela ao homem:
Deus dá ao homem a oportunidade de conhecer seu caráter divino.
Ao enviar a Cristo, Deus não estava enviando um outro alguém, uma criatura, ao enviar seu próprio filho Deus estava enviando a si mesmo. Êle não só se tornou humano por nós, foi além, foi á morte de cruz.
(Fp 2-7e8).- “ antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens,e, reconhecido em figura humana,a si mesmo se humilhou , tornando-se obediente até á morte e morte de cruz.”
O valor de um presente é medido pelo que ele custa ao doador e pelo quanto o presenteado merece. Mas Deus nos presenteia, com o seu próprio ser, se entregando á morte, por aqueles que nada merecem...
Muitos desistiram de tudo por Ele, como Ele desistiu de tudo por eles. Ele os amava de forma evidente e simples.
A visita de Deus! (por J.B. Phillips)
Um anjo antigo está mostrando a um anjo muito jovem os esplendores do universo. Eles vêem galáxias turbilhonantes e sóis flamejantes, e depois adejam através de distâncias infinitas do espaço até que finalmente entram em certa galáxia de 500 bilhões de estrelas. Enquanto os dois se aproximam da estrela a que chamamos nosso sol e dos seus planetas circulares, o anjo mais velho aponta para uma esfera pequena e um tanto insignificante que se movia muito lentamente sobre o seu eixo. Ela parecia tão sem graça quanto uma bola de tênis suja para o pequeno anjo, cuja mente estava cheia do tamanho e da glória de tudo quanto vira.- Quero que você observe esse planeta em particular – disse o anjo mais velho apontando com o dedo.- Bem, parece muito pequeno e um tanto sujo – disse o pequeno anjo. – O que há de especial nele?Para o pequeno anjo, entretanto, a terra não parecia tão impressionante. Ele ouvia aturdido e incrédulo enquanto o anjo mais velho lhe dizia que aquele planeta, pequeno e insignificante e não muito limpo, foi o famoso Planeta Visitado.- Você quer dizer que o nosso grande e glorioso Príncipe [...] desceu em pessoa para essa bolinha de quinta categoria? Por que ele fez uma coisa dessas?O rosto do pequeno anjo enrugou-se de desgosto.- Você está me dizendo que ele desceu tão baixo para se tornar uma daquelas criaturas rastejantes e arrepiadoras daquela bola flutuante?- Sim, e não penso que ele gostaria de que você as chamasse de “criaturas rastejantes e arrepiadoras” com esse tom de voz. Pois, por estranho que possa parecer para nós, ele as ama. Ele desceu para visitá-las a fim de torná-las parecidas com ele.O pequeno anjo ficou pasmado. Tal pensamento estava quase além de sua compreensão.
3.Deus liberta o homem:
Há algo que limita o homem, algo que o escraviza. O que limita o homem é o pecado.
Lutero - O pecador é o homem curvado e si mesmo.
John Stoot - O pecado é a afirmação rebelde de mim mesmo contra Deus e contra meu próximo.
A única forma de sermos libertos do pecado é por meio de Jesus Cristo.
(Jo. 1-29) – “No dia seguinte, viu João a Jesus que vinha para ele, e disse: Eis o cordeiro que tira o pecado do mundo”
(1Jo3 –5e6) – “Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. Todo aquele que permanece nele não vive pecando, todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu.”
A ordem de Deus é que o coloquemos em primeiro lugar, nosso próximo em seguida e o nosso eu por último.
O homem foi feito para amar a Deus e amar ao próximo.
A verdadeira liberdade é ser o meu eu verdadeiro como Deus me fez e me planejou que eu fosse.
Quando vivemos um relacionamento intenso com este Deus, por meio de oração, por meio da Bíblia, ficamos cada vez mais livres.
De acordo com Jesus o que penso dele e como reajo vai determinar meu destino por toda a eternidade.
(Lc 12:8) - “ Digo-vos ainda: todo aquele que me confessar diante dos homens, também o filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus”
O milagre da Restrição:
Às vezes desejo que Deus me esmague, para vencer minhas dúvidas com a certeza, para me dar provas finais de sua existência e de seu interesse.
Também quero que Deus desempenhe papel mais ativo nos negócios humanos.
Quero também que Deus assuma um papel mais ativo em minha história pessoal.
Quero respostas rápidas e espetaculares ás minhas orações, cura para minhas enfermidades, proteção e segurança para os meus queridos.
Quero um Deus sem ambigüidade, um Deus ao qual eu possa recorrer por amor de meus amigos incrédulos.
Quando tenho estes pensamentos, reconheço em mim um eco tênue, abafado, do desafio que Satanás lançou a Jesus há dois mil anos.
Mateus 4.4 – Texto base para a meditação.
Lutero - O diabo é míope ele olha apenas para o que é grande e elevado.
Como se Satanás dissesse para Jesus :” Por que movimentar teus pés tão lentamente para o que é melhor?”Se você é Deus então me ofusque. Aja como Deus agiria. Jesus replicou: apenas Deus toma estas decisões, portanto, não faço nada sob o teu comando.
Jesus multiplicou pão para 5 mil.Jesus derrotou a morte.E não ressuscitaria para se tornar Rei dos Reis.
Mateus 26 – 36 a 46
Jesus foi tentado no jardim, Jesus foi tentado no deserto. Jesus foi tentado na cruz.
7.200 anjos com o olhar fixo em Jesus e com suas asas inertes esperavam uma só ordem.
Para Jesus a tensão maior era: Por que simplesmente não destruir o tentador?
Em vez de esmagar o poder do mal pela força divina, em vez de compelir a justiça e destruir os perversos,em vez de estabelecer a paz sobre a terra por meio de um Príncipe perfeito, em vez de reunir os filhos de Jerusalém sob Suas asas e salvá-los dos horrores que angustiavam Sua alma profética.
Ele deixa o mal operar a vontade e enquanto existir, contentou-se com os métodos lentos e desencorajadores de ajuda essencial,
tornando os homens bons, expulsando, não apenas controlando Satanás.
Ele resistiu a cada impulso de operar mais rapidamente para um bem inferior.
Deus resiste a essas tentações agora como Jesus resistiu àquelas na terra, estabelecendo um jeito mais lento, mais gentil. A natureza de Deus é auto doadora, ele fundamenta seu apelo sobre o amor sacrificial.
(Hb 5 – 7a8) – Ele, Jesus, nos dias de sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia o livrar da morte e tendo sido ouvido por causa de sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu.
Os clamores de Jesus foram respondidos, não através de um livramento, mas através de sua ressurreição.
(Salmos 22. 24) – Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu, quando lhe gritou por socorro.
Deus ouviu o clamor de Jesus e ouve a seu clamor!
Quando Deus quer quem pode impedir?Quem pode frustrar os planos de Deus?O que você tem pedido para Deus é um bem inferior?Você está desencorajado?Deus tem lhe dado ajuda essencial?O que você quer pedir para Deus hoje?
(Salmos 9- 18) – Pois o necessitado não será para sempre esquecido, e a esperança dos aflitos não se há de frustrar perpetuamente.
Elizeu orou e pediu a Deus: “ Abra os olhos do moço...” e o moço viu cavalos e carros de fogo prontos para a batalha, um grande exército de anjos.
Deus é assim, age e faz milagres muito além do nosso olhar.Deus está agindo além da sua visão. Espere!
Deus não está morto. Deus tem algo muito melhor para você e no tempo certo te dará.
Hoje é o dia da visitação de Deus. Deus está te visitando hoje!! Faça um compromisso com Ele!Louve o seu nome!!! Diga a Ele que você o ama. Amém.

Bento XVI

Papa Bento 16: O que devemos pensar?
Estimados irmãosAcabo de traduzir excelente artigo escrito por Albert Mohler sobre a eleição do novo papa. O Dr. Mohler é presidente de um seminário batista nos EUA. Antes de ler o que o irmão Mohler disse, vejam essa declaração de um site gay sobre o novo papa:Assim como João Paulo, Bento 16 é ultraconservador e condena de maneira taxativa a homossexualidade, a qual ele chama de "uma depravação e uma ameaça à família e à estabilidade da sociedade", e a adoção de crianças por casais formados por homossexuais. Seu histórico na luta contra os direitos dos homossexuais inclui uma campanha mundial preparada por ele no ano de 2003 contra a legalização da união civil homossexual. De acordo com a Folha Online, na época da campanha o cardeal pediu aos políticos católicos de todo o mundo que se pronunciassem de forma "clara e incisiva" contra as leis que favorecem casamentos gays. "Não existe qualquer fundamento para assimilar ou estabelecer analogias, sequer remotas, entre as uniões homossexuais e os desígnios de Deus sobre o matrimônio e a família. O matrimônio é santo, enquanto que as relações homossexuais contrastam com a lei moral natural", afirma o texto da campanha mundial do Vaticano.Fonte: http://gonline.uol.com.br/livre/gnews/gnews.asp?IdNews=2204Agora, sintam-se a vontade para ler o artigo abaixo, que explicará como um evangélico pode se posicionar diante das posturas do novo papa.Julio SeveroPapa Bento 16: O que devemos pensar?Albert MohlerA fumaça branca saindo da Capela Sistina sinalizou a eleição de um novo papa depois de apenas quatro votações — um fato que presumivelmente indicou a eleição de um dos quatro líderes que já eram antecipados para vencer. Dentro de uma hora, os sinos do Vaticano tocando cederam ao anúncio e apresentação do novo papa — Papa Bento 16, ex-cardeal Josef Ratzinger, cardeal prefeito da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé.Compreendia-se que Ratzinger era um líder favorito para vencer quando os cardeais entraram em seu histórico conclave. Rotulado pelos meios de comunicação como o guardião da doutrina do Vaticano, o cardeal Ratzinger havia desempenhado um papel importante como conselheiro intelectual e teológico do Papa João Paulo 2 e como o teólogo da Igreja Católica Romana encarregado de proteger a autoridade e doutrina da igreja. É claro que ninguém com essas responsabilidades escapa de enfrentar uma lista de críticos e inimigos magoados. No caso do Ratzinger conservador, essa realidade é de modo especial forte, pois o cardeal prefeito havia trabalhado durante vinte anos na função de incansável defensor da teologia e ensino moral católico.A rápida eleição de Ratzinger aconteceu depois que notícias da imprensa indicaram que ele entrou no conclave com pelo menos 50 votos comprometido à sua eleição. Nesse caso, o velho ditado do Vaticano “Entra um papa, sai um cardeal” comprovou não ser verdadeiro. Embora ninguém além dos cardeais saiba exatamente o que aconteceu dentro do conclave, o cardeal Ratzinger saiu do conclave como o novo papa depois de somente dois dias de votação. Em todos os sentidos, essa votação rápida foi um feito extraordinário.Os observadores sem demora ofereceram interpretações da eleição de Ratzinger como papa. As predições comuns eram de que Ratzinger — com 78 anos de idade — seria um papa de transição. O longo papado de João Paulo 2 lança uma sombra enorme sobre qualquer sucessor. O que é bastante claro é que o Papa Bento 16 não terá probabilidade alguma de se manter no ofício papal no comparável período longo de seu antecessor.Em todos os sentidos, o tema dessa eleição papal foi continuidade. Compreende-se bem que Ratzinger estava por trás de muitas das mais importantes encíclicas e declarações de João Paulo 2. Aliás, os observadores do Vaticano rotineiramente identificavam Ratzinger como a “mão oculta” do último papado. Era óbvio que João Paulo 2 depositava muita confiança em Ratzinger — um fato que seus colegas cardeais mal deixavam de perceber.No entanto, se João Paulo 2 era considerado um papa conservador, Ratzinger é visto como uma mudança muito mais próxima à direita. O som de gritaria, berros, chiados e reclamações que se ouve é o som de teólogos católicos romanos esquerdistas e ativistas insensibilizados e punidos com a eleição do líder mais conservador como o próximo pontífice católico.O que os evangélicos devem pensar acerca do novo papa? Em todos os sentidos, essa é uma pergunta difícil, pois tal pergunta envolve o universo inteiro de questões que permanecem entre a teologia evangélica e as doutrinas ensinadas pela Igreja Católica Romana. É claro que o próprio papado é uma questão de discórdia de primeira ordem. Os evangélicos, graças às claras declarações do último papa sobre a dignidade humana e a objetividade da verdade, precisam se sentir até certo ponto aliviados de ver que o sucessor de João Paulo 2 é um ardente defensor da sacralidade da vida humana, a integridade do casamento e o compromisso com a verdade. Contudo, o conservadorismo doutrinário de Ratzinger se estenderá, evidentemente, às próprias questões mais cruciais que dividem evangélicos e católicos romanos.Os evangélicos com toda a justiça apontam para o papado como um ofício sem base na Bíblia que, por sua própria natureza, compromete a integridade das Escrituras e concede autoridade não bíblica a um monarca eclesiástico terreno. As reivindicações de sucessão papal, autoridade papal e infalibilidade papal não fazem nada senão ampliar a fenda entre evangélicos e a Igreja Católica Romana. O conservadorismo que leva Ratzinger a defender posições católicas históricas sobre o aborto, eutanásia e muitas outras questões anda lado a lado com sua defesa do papado, autoridade magisterial e todas as doutrinas católicas.Como assessor teológico do Concílio Vaticano 2 (juntamente com o último papa), Ratzinger escreveu críticas fortes contra as propostas esquerdistas apresentadas por muitos teólogos católicos contemporâneos. Como autoridade doutrinária do Vaticano, ele adotou medidas disciplinares contra os teólogos da teologia da libertação e outros que violaram o ensino católico. Ele puniu teólogos católicos asiáticos por sugerirem que as religiões do Oriente são tão válidas quanto o Cristianismo, e ele sem demora defendeu o direito do magistério de decidir, definir e proteger o ensino católico.Entretanto, não há nenhuma razão para crer que a eleição do Papa Bento 16 fará qualquer coisa para romper os pontos que dividem evangélicos e católicos romanos em questões relacionadas à autoridade bíblica, o Evangelho e muitas outras questões teológicas essenciais. Não temos nenhuma expectativa de que este papa esteja com pontos de vista sobre justificação e o Evangelho que sejam de algum modo mais harmoniosas com as convicções evangélicas do que os pontos de vista que seus antecessores tinham. Aliás, a força teológica de Ratzinger pode se espalhar de um modo que fará com que os evangélicos tenham frustrações bem maiores.Em seus escritos anteriores, este novo papa indicou compreender de modo claro e sincero as convicções dos evangélicos. Na verdade, ele é provavelmente o papa mais bem informado da História, em termos de convicções evangélicas e compromissos teológicos. Não que o papa tenha de algum modo simpatia para com essas convicções. O que é bem claro é que provavelmente esse papado será interessante e desafiador.Uma das dimensões estranhas desse cenário inteiro é o fato de que os evangélicos preocupados com a preservação da verdade bíblica e determinados a defender a moralidade bíblica terão muito em comum com esse novo papa. Num sermão pregado a seus colegas cardeais apenas dois dias antes de sua eleição, o cardeal Ratzinger criticou de modo profundo e eloqüente o relativismo pós-moderno.“Quantos ventos de doutrina conhecemos em décadas recentes, quantas correntes teológicas, quantas ondas de pensamento… O pequeno barco de pensamentos de muitos cristãos tem sido atirado para lá e para cá por essas ondas — tem sido jogado de um extremo ao outro: do marxismo ao liberalismo, até mesmo a libertinagem; do coletivismo ao individualismo radical; do ateísmo ao vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo, e assim por diante”, declarou ele. Ele continuou: “Estamos caminhando para uma ditadura do relativismo que não reconhece nada como certo e fixo, e que tem como sua meta mais elevada os desejos do próprio ego”.Não há uma só silaba nessas declarações com que os evangélicos não estariam de total e entusiástico acordo. Aliás, os escritos de Ratzinger revelam uma aguçada mente teológica que entende os contornos da crise pós-moderna e indicam uma defesa sólida da verdade contra a postura do relativismo.De modo semelhante, numa longa entrevista publicada em 1985, Ratzinger perseguiu os críticos bíblicos esquerdistas que subvertem a autoridade das Escrituras. “No final das contas, a autoridade em que esses especialistas bíblicos baseiam suas opiniões não é a própria Bíblia, mas a cosmovisão que eles sustentam ser moderna. Eles estão pois falando como filósofos ou sociólogos, e sua filosofia consiste meramente de banal e dócil aprovação às convicções do tempo atual, que são sempre temporárias”.Mais uma vez, os evangélicos estariam de acordo fundamental com essa declaração.Os evangélicos de hoje se acham numa situação que J. Gresham Machen bem descreveu há quase um século, quando esse grande defensor evangélico da fé lançou seu ataque contra o liberalismo protestante, acusando-o de ser uma religião fundamentalmente nova em divergência com o Cristianismo. Machen sem dúvida surpreendeu muitos de seus leitores evangélicos quando declarou que os evangélicos comprometidos com a defesa do Evangelho têm realmente mais em comum com os católicos romanos ortodoxos em questões tais como a pessoa de Cristo e a Trindade do que teriam com seus amigos protestantes esquerdistas.É muito doloroso perceber que, passado quase um século, pouca coisa mudou. O catolicismo passou por várias transformações importantes, mas ainda permanece anos luz de ensinos bíblicos claros como justificação somente pela fé. O fato é que o papado está mais forte do que nunca, fortalecido pelo longo pontificado de João Paulo 2 e agora ocupado pelo enérgico Bento 16.Tudo isso exigirá que os evangélicos pensem com clareza, analisem com cuidado e mantenham-se fiéis às suas próprias convicções teológicas. Não devemos sentir vergonha e hesitação de declarar nosso apoio a esse novo papa em sua análise dos perigos do desafio pós-moderno e em sua defesa da santidade da vida humana e da inviolabilidade do casamento. Nesse aspecto, os evangélicos, que com toda a justiça rejeitam o papado como instituição, se acham apesar disso aliviados com o fato de que a vasta força da Igreja Católica Romana provavelmente não será redirecionada de um modo que seja hostil àquelas convicções que temos em comum. Mas a instituição do papado permanece um grande obstáculo, e esse papado mostrará seus próprios desafios. Vamos esperar que esta geração de evangélicos esteja pronta para essa tarefa.

Thursday, September 28, 2006

21/09/06

Sermão em Macaé

COM A CABEÇA EM DOIS MUNDOS
Onde eu tenho investido minha vida?


 Lucas 9:23 Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.
 Lucas 9:24 Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará.
 Lucas 9:25 Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou a causar dano a si mesmo?
 Lucas 9:26 Porque qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos.
 Lucas 9:27 Verdadeiramente, vos digo: alguns há dos que aqui se encontram que, de maneira nenhuma, passarão pela morte até que vejam o reino de Deus.

O cristão do nosso tempo vive uma dura dicotomia. Inserido na Pós-modernidade essencialmente individualista, presencia a falência dos valores por parte da sociedade; a fuga da razão gerando uma espiritualidade sem Deus como centro; a deterioração da família, notória até mesmo no seio da igreja; as relações inter-pessoais cada vez mais superficiais e a dificuldade de enxergar o outro como indivíduo passível do nosso amor, levando o homem a uma barbárie nunca antes vista. Muitos são os cristãos que se vêem confusos com relação ao seu papel em um mundo tão cheio de holofotes que a nossa luz já não consegue brilhar como antes. Nesse sentido não sabem se é melhor render-se ao sistema ou ter a ousadia de caminhar na contra-cultura.

Contudo, desde a queda, Deus traçou um plano perfeito, que culminaria na morte de seu Filho, para que nos reconciliasse-mos com Ele mesmo. Assim, escolheu um povo para ser chamado de seu e para esse revelou-se de maneira grandiosa em inúmeros momentos. O problema, contudo, está na atitude do povo após ver a manifestação de Deus.

Durante 400 anos o povo hebreu viveu como escravo sob o julgo egípcio, lá eles experimentaram a dura servidão. Naquela terra eles não tinham identidade como nação, não possuiam território, não tinham tradições, nem, sequer, um relacionamento com o Deus de seus pais. Contudo o Senhor ouviu seu gemido, lembrou-se da Aliança com Abraão e usou Moisés para libertá-los. Durante 40 anos os hebreus caminharam pelo deserto, pois o intuito de Deus não era apenas tirar o povo do Egito, entretanto, tirar o Egito do povo. Dessa forma, ensiná-los a viverem em santidade em relacionamento com a Trindade.

O desafio que Jesus propõe aos seus discípulos é o mesmo feito ao povo e a nós. Abandonar velhas convicções a fim de vivermos em novidade de vida por meio da renovação da nossa mente que só pode acontecer a partir da nossa regeneração através do sacrifício de Cristo na cruz.

Mas como diz o versículo 23, tomar a cruz e negar-se são tarefas diárias. Por muitas vezes vivemos um esfriamento espiritual, continuamos a participar do convívio em nossa comunidade cristã, todavia, nosso coração não mais arde quando nos achegamos a Deus na particularidade do nosso quarto. Viver para Cristo, antes de pensarmos em manifestações grandiosas, é entender que o sobrenatural manifesta-se quando temos a sensibilidade de sentir o cicio tranqüilo e suave de Deus ao abrirmos sua Palavra.

Vir após Cristo significa acompanhá-lo de perto (contraste com Mt 26.58), não importando quais serão as implicações dessa decisão. Por muitas vezes a caminhada é árdua, pois as dificuldades encontradas no caminho não se restringem exclusivamente às condições geográficas do clima árido. Somente a certeza das coisas do porvir nos dá força para continuar a corrida para o alvo. O povo no deserto não tinha essa certeza e nós, por muitas vezes, vemos nossa fé, assim com a deles, abalada. O resultado disso é a saudade do Egito, saudade do velho homem em pecado, saudade, como vemos em Nm 11.5, dos peixes, dos pepinos, dos melões, dos alhos e das cebolas.

Quando não atentamos exclusivamente para as coisas que não se vêem (2Co 4.18), temos medo de morrer para o mundo e viver para Cristo. E assim, com o intuito de salvarmos nossa vida por nossos próprios méritos, acabamos por perdê-la (versículo 24). O medo de viver exclusivamente pela dependência de Deus faz-nos esquecer que valemos mais que as aves do céu (Mt 6.26).

Deus sabe todas as nossas necessidades e nos supre!

Infelizmente, esse medo não deixa que nosso amor seja aperfeiçoado (IJo4.18) e, assim como os espias, temos medo de desfrutar daquilo que nem olhos viram nem ouvidos ouviram, daquilo que está reservado apenas aos filhos do Deus Vivo.

É tempo de assumirmos nossa identidade como discípulos de Cristo, pois “qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” Lc 14.27

Não há mais tempo de olhar para o passado e vã gloriar-se daquilo que já foi feito, pelo contrário, deixar o que passou para trás e olhar para frente e pensar naquilo que ainda pode ser feito, em como Deus vai te usar para proclamar ao mundo que só em Jesus há mudança de vida. Não há mais tempo de viver os testemunhos alheios, de viver uma espiritualidade domingueira esquecendo-se dos outros seis dias. Dar valor ao sacrifício de Cristo na cruz dita o futuro da minha vida cristã.

A mensagem pode ser desafiadora, viver de modo digno do Evangelho é para os poucos que consideram o morrer como lucro, que entenderam que apenas a FÉ é capaz de vencer o mundo (Nm 13.30, IJo 5.4, Jo 16.33), mesmo que por aflições.

Chegará O Dia em que Filho do Homem virá na sua glória e na do Pai e dos santos anjos, e onde você terá investido a sua vida, o seu tempo, o seu trabalho? Naquilo que o mundo diz que é seguro, nas cebolas do Egito ou na tomada de Canaã para a honra e glória do Nome que está acima de todo nome?

Jesus já venceu o mundo, por isso somos mais que vencedores.

Colossenses 3:1 Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus.
Colossenses 3:2 Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra;

Esse é o segredo para se viver uma vida de santidade, de separação do pecado, pois mesmo sendo Cristo crucificado por meus pecados, ao terceiro dia ressuscitou e, hoje posso me deleitar numa vida abundante, em plenitude de alegria, desfrutando das delícias perpétuas.

Amém
Presente de Aniversário da Minha Mãe

Saturday, June 10, 2006

Sobre Códigos


O Código Da Vinci e os códigos do Homem do Século XXI

Certamente já ouvimos muitos comentários e muitas discussões em torno da obra O Código Da Vinci. Jesus Cristo e Maria Madalena e sua descendência carnal; o Santo Graal ou o sangue real; manuscritos escondidos, achados, etc... Outros, não querendo dar-se ao trabalho de pensar, preferem reduzir a obra à seguinte declaração: “O homem era um picareta, inventou tudo aquilo para vender...”
Considero muito interessante todas essas discussões, por serem instrutivas, e respeito aqueles que consideram Dan Brown como um picareta. Mas uns e outros continuam tendo que me explicar como é que uma obra, que não se destaca pelos seus atributos literários, conseguiu se tornar num dos textos mais lidos dos nossos dias.
Se o povo está lendo, é porque encontrou nesses livros respostas para as perguntas que consciente e inconscientemente anda fazendo por aí, mas às quais, quem sabe, não estamos atentos.
Creio que a obra de Dan Brown tem apresentado, ainda que de uma forma não sistemática, um conjunto de preocupações que caracterizam o homem do século XXI.
É sobre esse outro lado da obra que eu gostaria de falar. Não tanto sobre a ponta do iceberg, mas sobre o que está oculto nas águas, mas que sustenta o próprio iceberg. Vou chamar esse outro lado da obra de “Os códigos do Homem do século XXI.

1º Código: Verdade

O início do livro começa com a interessante afirmação: “Fatos”- “Todas as descrições....correspondem rigorosamente à realidade”
O objetivo desta declaração é lançar um pressuposto: tudo o que se disser, daqui em diante, é real; mesmo que Dan Brown tenha afirmado que a sua obra não passa de uma ficção.
São reais não só os monumentos, pinturas e galerias do Louvre, o assassinato, mas também a existência de uma verdade que foi ocultada, e que está prestes a ser alcançada. Essa verdade não é uma simples descoberta, mas uma peça do “quebra-cabeças”, e que pode dar à humanidade, finalmente, a possibilidade de diferenciar a verdade da falsidade.
Temos aqui o primeiro código do Homem do Século XXI: o homem do nosso século voltou a acreditar na existência de uma verdade. Esta afirmação pode ser estranha, mas se recordarmos que há algum tempo atrás, com o advento do Pós-modernismo, falar de verdade era um contra-senso, pois como poderia ser, se tudo é relativo, e se o sentido está reduzido à minha existência.
Tendo pretensões filosóficas ou simplesmente comerciais, dificilmente o saberemos, esta obra vai direto à grande característica do nosso século: o advento de um renascimento espiritual.
A Pós-modernidade, com a absolutização da falta de sentido, esgotou-se. O Homem do início deste século voltou-se novamente para o divino.
As evidências são claras: desde a série americana Arquivo X, que procurava demonstrar que a verdade tem sido ocultada e deve ser procurada, apesar do ceticismo científico de Scully; o nº cada vez mais crescente de adeptos das religiões orientais, o crescimento do Islamismo na Europa secularizada, enfim, por que não falar do sucesso de O Senhor do Anéis que nos apresenta uma esperança na destruição do mal, simbolizado naquele Anel.
Por isso, não é por acaso que o enigma quanto à verdade que vai abalar o mundo se situa em Paris. É nesta cidade que se dá a transição do Pós-modernismo para uma nova era de Renascimento espiritual.
O código Da Vinci está sendo lido como uma ficção, um sonho delicioso, e que levou o homem do século XXI a acreditar que a verdade pode ser investigada e encontrada.

2º Código: A Nova História

Se de fato estamos certos que esta obra gerou em nós a deliciosa pretensão de descobrir a verdade, ela também gerou um dilema: se a verdade sempre existiu, porque nunca a encontramos?
Ao longo da história do pensamento Ocidental existiram várias respostas a esse dilema. A verdade permanecia oculta porque era muito transcendente e inacessível, ou porque o Homem era muito limitado em sua dimensão terrena ou em suas categorias mentais; ou ainda porque a verdade talvez não passasse de uma projeção de um ideal antropocêntrico, de uma ilusão e ópio do povo.
Esta obra apresenta uma outra perspectiva sobre essa busca da verdade: ela sempre existiu, mas foi ocultada por razões políticas. E é nesta linha de raciocínio que aparecem na obra as instituições que conspiram para que a verdade não seja descoberta, como é o caso da Opus Dei, e as Instituições que guardam a verdade, como o priorado de Sião, à qual pertenciam figuras ilustres como Leonardo Da Vinci e Isaac Newton. A procura da verdade é, assim, reduzida a uma luta de poder.
Aqui temos uma suposição filosófica que Dan Brown não assume, mas que influencia a sua interpretação das expressões religiosas. Dan Brown faz uso de uma nova metodologia histórica: divide a história em “mestra” e “nova”. A história mestra seria a visão definitiva sobre um acontecimento, resultante de uma imposição da interpretação do vencedor- é a visão que é atribuída ao cristianismo do Imperador Constatino. A nova história consistiria numa revisão da história mestra a partir da visão das minorias, como foi o caso dos gnósticos, das mulheres, etc...
Esta nova perspectiva é focalizada no evangelho gnóstico de Maria Madalena, principalmente, e a partir deste, o autor pretende reescrever a história suprimida.
Duas conseqüências imediatas aparecem na obra:
a) o cristianismo oficial não corresponde ao cristianismo original;
b) a autoridade é resultante de uma imposição;
c) Logo, temos que voltar para a riqueza perdida do cristianismo que está nos evangelhos gnósticos.
E aqui nós temos mais um código do nosso século: a busca pela verdade implica a reinterpretação dos símbolos das religiões oficiais, como é o caso do cristianismo.

3º Código: O Novo Acrítico

O que parecia um passeio maravilhoso em busca da verdade se transformou num pesadelo, por duas razões:
A primeira é que essa interpretação da história reduziu os fatos mais importantes do cristianismo a uma manipulação política: por exemplo, a divindade de Jesus foi uma idéia introduzida para solidificar o império de Constantino.
A segunda, é que foram introduzidos novas evidências com um valor de verdade, e sem uma atitude crítica, a mesma que foi aplica aos 4 evangelhos.
Como conseqüência, gerou-se um reducionismo em relação aos 4 evangelhos, e uma visão acrítica em relação aos apócrifos.
Além disso, num grande golpe de mágica, Dan Brown coloca em cena o especialista em simbologia religiosa Robert Langdon. Este personagem tem a responsabilidade para reinterpretar toda a simbologia religiosa oficial. E sendo ele a autoridade no assunto, quem o pode questionar ???
O curioso é que nesta obra não há espaço para um debate. Por exemplo, não terão existido outras razões para que esses textos tenham ficado à margem da Bíblia? O personagem especialista em simbologia- Robert Langdon- diz-nos que não e nós ficamos em silêncio...
E é esse debate que temos que promover para determinar a especificidade tanto dos evangelhos gnósticos quanto dos 4 evangelhos da bíblia. E para concluirmos que os dois tipos de textos nunca poderiam se complementar teologicamente, não só na igreja primitiva como hoje. E é isso que agora pretendo explicar.

4º Código: Maria Madalena

-Tese: Maria Madalena foi esposa de Jesus, deixou-lhe descendência, fato que foi escondido pela igreja para preservar a divindade de Jesus.
-Fatos: a descoberta do Evangelho segundo Maria Madalena; Sangue Real; Última Ceia; V- simboliza o feminino.
-Problema: Por quê incidir a investigação sobre uma personagem da qual se sabe tão pouco? Muitos vão responder: sabe-se pouco porque foi ocultada. Mas para mim, Maria Madalena, tal como é apresentada nos evangelhos gnósticos, apresenta uma nova verdade e uma nova sabedoria que o homem do nosso século está procurando, alternativa à do Cristianismo oficial. Gostaria de demonstrar por quê, comparando as informações que temos de Maria Madalena tanto do evangelho gnóstico, como dos 4 evangelhos.
-Maria no “evangelho de Maria” 17: 10-18:21
“Mas André respondeu e disse aos irmãos:“Dizei o que tendes para dizer sobre o que ela falou. Eu, de minha parte, não acredito que o salvador tenha dito isso. Pois esses ensinamentos carregam idéias estranhas”. Pedro respondeu e falou sobre as mesmas coisas. Ele os inquiriu sobre o salvador: “será que ele realmente conversou em particular com uma mulher e não abertamente conosco? Devemos mudar de opinião e ouvi-la? Ele preferiu-a a nós? Então Maria Madalena se lamentou e disse a Pedro: “Pedro, meu irmão, o que estás pensando? Achas que inventei tudo isso no meu coração ou que estou mentindo sobre o salvador?” Levi respondeu a Pedro: “Pedro, sempre foste exaltado. Agora te vejo competindo com uma mulher como adversário. Mas, se o salvador a fez merecedora, quem és tu para rejeitá-la? Certamente o salvador a conhece bem. Daí tê-la amado mais do que a nós. É antes o caso de nos envergonharmos e de assumirmos o homem perfeito, e de nos separarmos, como Ele nos mandou, e pregarmos o evangelho, não criando nenhuma regra ou lei além das que o Salvador nos legou.”.

-Algumas conclusões:
-Jesus concedeu uma revelação e uma autoridade especial a Maria, com a qual Pedro não concordava;
-Maria simboliza a verdade secreta suprimida, e Pedro, a versão oficial imposta;
-Jesus não deu qualquer regra quanto à transmissão apostólica da verdade.
-Logo, ninguém é detentor da verdade e, portanto, existem vários caminhos para se chegar a essa verdade.

-Maria nos “4 evangelhos”:
As poucas vezes que é citada, ela aparece testemunhando a morte de Jesus na cruz e esteve entre as primeiras mulheres que viu e proclamou a ressurreição.
Dá para ver como as duas coleções de texto tratam de Maria de uma forma tão oposta: nos ev. gnósticos, ela é a detentora de uma revelação secreta, nos 4 evangelhos, testemunhou a morte e ressurreição.
É esta diferença que tem que ser debatida, pois nela reside o diferencial do cristianismo para qualquer outro tipo de religião.
Em primeiro lugar, o ev. gnóstico de Maria é um texto gnóstico, que enfatiza a existência de uma sabedoria oculta sobre Cristo, que seriam acessíveis para os iniciados. Essa sabedoria aparece personificada em Maria Madalena, tal como posteriormente apareceria na personagem Sofia, que significa sabedoria, em grego.
Em segundo lugar, a bíblia afirma que Cristo é a verdade, e que essa verdade tem dois grandes pilares: a sua morte pela humanidade e a sua ressurreição.
Conclusão: Maria Madalena e a personagem Sofia são personificações da verdade alternativa, não oficial que o homem do presente século está procurando: uma verdade mística e que não esteja ligada a instituições, mas ligada à adoração da mãe natureza. Ou seja, Maria Madalena é a proposta de uma religião imanentista e subjetiva.

5º Código: A Especificidade do C
ristianismo

Foi no intuito de manter a especificidade desta verdade que outros textos, como os que chamamos hoje de apócrifos ficaram de fora. Não foi por uma decisão política de Constantino, como afirmam, mas porque apresentavam outra religião que não tinha nada a ver com o cristianismo. Hoje, se fizermos novamente essa comparação, chegaremos às mesmas conclusões: tratam-se de ensinamentos diferentes. Diminuir a diferença entre eles é uma injustiça para ambos os textos.
Além disso, antes do famoso concílio de Nicéia (325 DC), já existiam textos aceites pela igreja que corroboravam a divindade de Jesus. Exemplos: Cartas de Paulo (50-60 DC), Evangelho de João (90 DC).
Assim, o Concílio de Nicéia não escolheu os livros, mas recebeu e reconheceu os textos que já eram reconhecidos como tendo autoridade pelas igrejas cristãs.
Portanto, é escandalosa do ponto de vista histórico, a afirmação do personagem Teabing, no Código, quando diz que“...Constantino mandou fazer uma Bíblia novinha em folha, que omitia os evangelhos que falavam do aspecto humano de Cristo e enfatizava aqueles que o tratavam como divino. Os evangelhos anteriores foram considerados heréticos, reunidos e queimados.” (p. 251).

6º Código: A SEDE E A FUGA

O homem do Século XXI é um Homem que assumiu, sem vergonha, que tem sede pela verdade.
Conquanto tenha sede, rejeita qualquer tipo de espiritualidade oficial, que esteja ligada a instituições humanas.
É compreensível! Pesa sobre a nossa história os erros e os abusos feitos em nome de Deus.
Mas é legítimo deitar fora o cristianismo por causa do abuso que os homens dele fizeram? Devemos deitar fora dois quilos de laranja, quando sabemos que somente duas estão estragadas? Podemos argumentar que a laranja não é doce, só porque comemos uma amarga?
Jesus já tinha advertido que a religião mata. Portanto, olhemos somente para Ele! E para isso temos que o procurar, ler, comparar, debater e verificar o que é e o que não é cristianismo.
Dan Brown mostrou, de uma forma simples, e sem vergonha, que o homem deste século procura pela verdade. Contudo, a sua resposta reducionista, ao reduzir a espiritualidade cristã a um jogo político, deixa mais perguntas do que respostas. E a nossa alma está em busca de respostas.

Pastor João Cardoso, professor de filosofia no Seminário Teológico Escola de Pastores

Wednesday, April 19, 2006

VOCAÇÃO

“Cada um permaneça na vocação em que foi chamado. Foste chamado, sendo escravo? Não te preocupes com isso; mas, se ainda podes tornar-te livre, aproveita a oportunidade. Porque o que foi chamado no Senhor, sendo escravo, é liberto do Senhor; semelhantemente, o que foi chamado, sendo livre, é escravo de Cristo.”
I Co 7.20-22

A palavra “vocação”, na literatura neotestamentária, origina-se do verbo grego kaleo que significa “eu chamo, eu nomeio, eu convoco”. O substantivo klêsis significa “vocação, chamado, convite”. O adjetivo kletós significa “chamado, convocado”.
Se me fosse pedido apenas uma palavra que representasse o significado mais autêntico de vocação, escolheria IRRESISTÍVEL, um encontro único e pessoal com o Criador (ou representante) a fim de que o homem receba sua missão a fim de glorificar o Nome de Deus. De fato, pode existir hesitação (Ex 4.13), a primeira vista, da parte do homem, contudo, como os planos de Deus são infalíveis, o vacacionado, se esse realmente o é, submete-se a lapidação divina sendo capacitado para cumprir sua missão. Muitas são, ao longo da Bíblia, as narrativas de vocação, basta-nos folhear as páginas que nos deparamos com homens sendo desafiados por Deus para marcar vidas segundo a soberana vontade do Pai.
Uma das características mais marcantes das “narrativas de vocação” são os verbos no modo imperativo afirmativo (por exemplo: enviar e ir), que caracterizam o desígnio da missão e o sujeito desses verbos atribuindo-lhes divindade. No Antigo Testamento, era claro o fato de Deus levantar líderes no meio do povo para representá-Lo. Muitas são as narrativas nas quais Deus escolhe homens que serão responsáveis por guiar o povo nos retos caminhos: Êx 3.10-12; Jz 6.14b; Is 6.8; Jr 1.7; Ez 2.3,4.
Falar de vocação é entender o real sentido da existência humana, viver um relacionamento íntimo com a Trindade. Se seguirmos uma linha puritana mais abrangente, vocação estaria ligado ao “ato de chamar” comunitário. Como todos fomos criados para um determinado fim, todo aquele que nasce de novo, é vocacionado a ter uma vida de santidade (I Co1.2). Nesse aspecto, por termos sido feitos sacerdotes reais, é necessário que nossa carreira, seja ela religiosa ou não, seja exercida com todo o empenho, já que essa é vontade de Deus para o seus, manifesta nas aptidões que o próprio Senhor nos concede – assim, pois, lembre-se cada um de que foi criado por Deus s fim de trabalhar diligentemente e de entregar-se à sua tarefa, e isto não por um tempo, pelo contrário, até a morte e, mesmo, não somente para viver,mas ainda para morrer por Deus –
Entretanto, num sentido restritamente teológico, vocação designa-se da ação de Deus a chamar alguns, a quem Ele escolheu, para a Sua obra. Vale lembrar, no entanto, que é sempre Deus quem tem a iniciativa de chamar o homem para fazer parte de seus planos de redenção da humanidade, e nunca o oposto, como o próprio Cristo afirma: “não foste vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça”.
Um dilema, porém, que muitos cristãos se deparam, é o de saber se realmente são vocacionado por Deus para assumir um ministério específico, por meio de um chamado individual, como os grandes exemplos de fé bíblicos. Esse momento de provação revela se o chamado é fruto da vontade de Deus manifesta desde toda a eternidade ou apenas um devaneio causado por alguma emoção momentânea e passageira. É fundamental, portanto, ter a certeza que esse convite vem da parte de Deus, conforme lhe aprouve, de maneira benevolente, escolher para Seu propósito. Desse modo, nossa convicção deve ser alicerçada nas Escrituras, entender que o maior sintoma da nossa vocação é o profundo amor por almas que ainda não foram alcançadas e a não conformação com a realidade circundante dentro e fora de nossas igrejas.
Cabe ressaltar, no entanto, que por muitas vezes, atender ao chamado implica em renúncia (Mt 16.24), perseguição (II Tm 3.12) e, até mesmo martírio (Hb 11.37). Dessa forma, preparar-se para a missão por meio de uma vida na presença do Senhor é de suma importância. Além disso, é necessário aprender a viver na dependência de Deus, somente assim, consegue-se o ânimo necessário para colher na seara. Como diria um grande teólogo: “temos que ter certeza do nosso chamado, caso contrário, ao invés de construir, destruiremos”.
Fica claro, portanto, que vocação é o resultado da ação de Deus, por Ele viabilizado, mediado por Cristo e tendo o Espírito Santo como agente. O homem, por si só, é inapto (1Co 1.26-29) a receber tamanha graça (1Tm 1.12-14). Deus nos convoca (Ef 1.5) a participar de um relacionamento íntimo com Ele, escolhendo a todos quanto quis (1Co 12.18; Fp 2.13; Rm 9.11). Somente Deus é o sujeito de o verbo chamar (Rm 9.25) e, a nós, só nos resta dizer: EIS-ME AQUI!

“Assim, pois, lembre-se cada um, de que foi criado por Deus a fim de trabalhar diligentemente e de entregar-se à sua tarefa, e isto não por um tempo, pelo contrário, até à morte e, mesmo, não somente para viver, mas ainda para morrer para Deus”

“De boas palavras transborda o meu coração; ao Rei consagro o que compus” Sl 45.1

Monday, April 17, 2006

Por uma Páscoa Feliz

Judas Redivivo e Desagravado

Cumprindo o ritual que acontece todos os anos na época da Páscoa, a grande mídia acaba de veicular mais uma matéria bombástica diretamente relacionada com o Cristianismo. Trata-se da tradução de um manuscrito copta do século IV que supostamente conteria uma tradução do evangelho apócrifo grego de Judas, cuja origem é estimada em meados do século II. A restauração e a tradução do manuscrito copta foram anunciadas nessa quinta-feira, 6 de abril, pela National Geographic Society em Washington.
A veiculação pela mídia vai na mesma linha de propaganda e especulações anticristãs voltadas mais diretamente contra a Igreja Católica Romana e que acaba respingando nos protestantes, especialmente nas igrejas históricas. O ano passado foi o Evangelho de Tomé. Uma suposta sepultura de Jesus, uma inscrição antiga contendo o nome de Tiago, irmão de Jesus, e outras “descobertas” arqueológicas, fizeram a festa da mídia em anos mais recentes.

Ninguém deve se assustar pensando que essa atitude é um fenômeno atual. Desde os primórdios do Cristianismo, escritores pagãos como Celso e Amiano Marcelino publicam material atacando as Escrituras e o Cristianismo. A ignorância dos articulistas, o preconceito anticristão, a busca do sensacionalismo, tudo isso contribui para que a publicação do manuscrito copta receba uma atenção muito maior do que a devida.

Não quero ser mal compreendido. Como pesquisador e estudioso do Novo Testamento, estou sempre aberto para descobertas arqueológicas e novas pesquisas que nos tragam subsídios para melhor entender o mundo do Novo Testamento e a sua mensagem. Creio que a publicação do evangelho de Judas contribui para nossa compreensão do Gnosticismo e da seita dos Cainitas, autora do documento.


Contudo, estou acostumado a assistir, anos a fio, a exploração sensacionalista dessas descobertas. Lembro-me bem da descoberta dos Manuscritos do Mar Morto e das polêmicas e questões inclusive legais que envolveram a tradução e a publicação dos primeiros rolos. A imprensa da época especulava que os Manuscritos representariam o fim do Cristianismo, pois traria informações que contradiriam completamente o Evangelho. Os anos se passaram e verificou-se a precipitação da imprensa. Os rolos na verdade tiveram o efeito contrário, confirmando a integridade e autenticidade do texto massorético do Antigo Testamento.

Com o objetivo de esclarecer e trazer alguma sobriedade na avaliação da publicação, faço as seguintes observações sobre a publicação do texto do manuscrito.

1. Não se trata da descoberta do Evangelho de Judas. O mesmo já é um velho conhecido da Igreja cristã. Elaborado em meados do século II, provavelmente na língua grega, era conhecido de Irineu, um dos pais apostólicos. Na sua obra Contra as Heresias, Irineu o menciona explicitamente, como sendo uma obra espúria produzida pelos gnósticos da seita dos Cainitas. No século V o bispo Epifânio critica o Evangelho de Judas por tornar o traidor em um feitor de boas obras.

2. Não se trata também da descoberta de um manuscrito antes desconhecido contendo essa obra. Acredita-se que o único manuscrito conhecido, escrito em copta, foi descoberto em meados da década de 1950 e depois de uma longa peregrinação nas mãos de colecionadores, bibliotecas, comerciantes de antiguidades e peritos, chegou às mãos das autoridades. Sua existência foi anunciada ao mundo em 2004. Trata-se de um códice com 25 páginas de papiro, envoltas em couro, das 62 páginas do códice original. Somente essas 25 páginas foram resgatadas pelos especialistas. A tradução que vem a lume agora é dessas páginas.

3. O que é de fato novo é a tradução do texto desse apócrifo, texto até então desconhecido. Contudo, o ponto central que a mídia tem destacado com sensacionalismo, já era conhecido mediante as citações de Irineu e Epifânio, ou seja, que esse evangelho procura reabilitar Judas da pecha de traidor, transformando-o em vítima e herói. Na década de 80 saiu o romance "Eu, Judas", de Taylor Caldwell, publicado pela Círculo do Livro, onde essa versão revisada de Judas foi difundida.

4. Várias matérias publicadas na mídia dizem que Judas Iscariotes é o autor desse evangelho. Contudo, não existe prova alguma disso. Segundo o relato dos quatro Evangelhos canônicos, Judas suicidou-se após a traição. Como poderia ser o autor dessa obra? Irineu, no século II, atribuía a autoria do evangelho de Judas aos Cainitas, uma seita gnóstica. No códice descoberto e agora publicado, não consta somente o evangelho atribuído a Judas, mas duas obras a mais: a “Carta a Filipe” atribuída ao apóstolo Pedro e “Revelação de Jacó”, relacionado com o patriarca hebreu. A presença do evangelho de Judas em meio a essas duas obras apócrifas é mais uma prova da autoria espúria desse evangelho. Chega a ser irritante o preconceito da mídia, que sempre veicula matérias que negam a autoria tradicional dos Evangelhos canônicos, mas que rapidamente atribui a Judas Iscariotes a autoria desse apócrifo.

5. Evangelhos apócrifos e pseudepígrafos eram comuns nos primeiros séculos da era cristã. O Evangelho de Judas é mais um deles. Outros, mais conhecidos, são o Evangelho aos Hebreus, o Evangelho de Tiago, o Evangelho de Maria Madalena, o Evangelho de Filipe, o Evangelho de Tomé, entre outros. O texto desses apócrifos já é conhecido de longa data. Judas, contudo, somente agora vem à lume.

6. O manuscrito que agora foi traduzido não data do século II, mas do século IV. Especula-se que é uma tradução para o copta de uma obra mais antiga escrita em grego, que por sua vez dataria de meados do século II. Daí a inferir a autoria de Judas Iscariotes, que morreu na primeira parte do século I, vai uma grande distância. A seita dos Cainitas, segundo Irineu em Contra as Heresias, era especialista em reabilitar personagens bíblicas malignas, como Caim, os sodomita e Judas. A produção de um evangelho reabilitando o traidor se encaixa perfeitamente no perfil da seita.

Ao final, pesando todos os fatos e filtrando o sensacionalismo e o preconceito anticristão, a publicação do evangelho de Judas em nada contribuirá para nosso conhecimento do Judas Iscariotes histórico, apenas para nosso maior conhecimento das crenças gnósticas do século II. Não representa qualquer questionamento sério do relato dos Evangelhos canônicos, cuja autoria e autenticidade são muito mais bem atestadas, datam do século I e receberam reconhecimento e aceitação universal pelos cristãos dos primeiros séculos.

Tuesday, April 11, 2006

O Globo: 2075


Outro dia me perguntaram o que eu gostaria de ler nos jornais e revistas sobre a igreja evangélica no ano de 2075. Eis um texto que eu sonho em ler:



As igrejas evangélicas superaram um difícil obstáculo: a união para criação de modelos e padrões de qualidade que reflitam os princípios bíblicos e mantenham as igrejas na direção de cumprirem a missão para a qual foram criadas, fazer discípulos. Muitas igrejas alcançaram padrões mundiais de qualidade, demonstrando que isso é plenamente viável no ministério. As denominações também conseguiram identificar os parâmetros que contribuem para o crescimento qualitativo da igreja e aprenderam com seus erros para fazer melhor o que faziam antes.
O desafio de fazer discípulos em todas as nações ainda existe, mas agora as igrejas podem se concentram mais nesse desafio do que em seus problemas internos, que embora ainda existam, ocupam a posição secundária como deve ser. As frentes de trabalho são convergentes e reduzidas, oferecendo programas com qualidade e relevância. A auto-avaliação através de critérios elevados de qualidade tem ajudado aos ministérios na identificação de seus pontos fortes e fracos.
O maior obstáculo para o avanço desse processo ainda é a falta de compromisso da liderança eclesiástica com a busca constante pela excelência, que significa abandonar antigos paradigmas e adotar novos métodos para atingir os mesmos objetivos definidos há mais de dois mil anos. Também não compreendem que precisamos fazer do melhor jeito e não do nosso jeito, e que devemos negociar o negociável e não negociar o inegociável, a sensibilidade da percepção do que é ou não negociável é transcendental e depende da relação com Deus.
A gestão qualidade deve ser vista como um meio para alcançarmos a meta da melhor forma e com os melhores resultados, nunca deve ser vista como um fim. Mas o grande pulo do gato está nos resultados, o que queremos como resultado de nosso trabalho? No final do ano o que gostaríamos de apresentar como “lucro” das nossas atividades na igreja? Pessoas, esse deve ser o foco. Mas não apenas um objetivo numérico, mas qualitativo, ao olhar para a igreja e observarmos o sr. João que assiste todos os cultos da semana devemos trabalhar para que o sr. João seja mil vezes mais capacitado para ser um bom discípulo, guardião e pregador do evangelho que também prepara novos membros para crescerem e cumprirem seu papel. Porém muitos líderes ainda estão preocupados em encherem seus templos com mil pessoas como o sr. João, que freqüenta a igreja a muito tempo mas que ainda é imaturo na fé. O modelo da idade média ainda resiste em denominações que apostam na ignorância dos membros e em celebrações emocionantes.
Apesar de tudo, os historiadores falarão no futuro que esse século foi o século do resgate da qualidade na igreja. Hoje, pessoas chegam nas igrejas e são logo acolhidas por membros mais maduros e preparados para cuidar de pessoas e apresentar o evangelho integral para os novos membros, acompanhando seu crescimento e orientando. As escolas bíblicas possuem professores treinados e recursos adequados, todos os ministérios são orientados para aproveitar a vocação e os dons de cada membro, que logo após seu batismo participa de um programa de identificação de dons e talentos. A liderança é altamente preparada e participa de fóruns e congressos constantemente, e trabalha com transparência no objetivo de preparar as pessoas, todos os líderes demonstram claramente que seu papel é fornecer aos membros ferramentas para que cada um desempenhe seu papel, desenhando uma direção e capacitando cada um pra ajudar a igreja a caminhar nesse sentido.
Acompanhamento psicológico e assistência social com a orientação correta são marcas registradas da igreja de hoje, que dispõe de recursos da iniciativa privada mobilizados pela crescente tendência de responsabilidade social e estimulados pela transparência e qualidade das igrejas além dos incentivos fiscais.
Cada pessoa sabe que encontrará conforto e uma palavra de amor nas igrejas cristãs e já não ouvimos mais piadas e escândalos envolvendo cristãos. As redes de TV e rádio adequaram sua programação aos padrões morais da igreja e aos horários dos cultos, hoje os jogos de futebol são das 16h às 18h e o Fantástico começa às 21h, para não perderem o público cristão. As excelentes músicas cristãs são apreciadas por todas as pessoas, os bons livros de autores cristãos estão sempre entre os mais vendidos, revistas como Veja, Istoé, e jornais de grande circulação em todo país possuem colunas escritas por pastores e teólogos brasileiros.
Os índices de analfabetismo, desemprego, criminalidade e violência doméstica diminuíram sensivelmente nas cidades de maioria evangélica e os líderes de países muçulmanos tentam obter os mesmos resultados copiando o modelo brasileiro de integração igreja-governo sem muito sucesso.

Isso seria um devaneio meu ou uma possibilidade? Creio que nunca saberemos a resposta se não tentarmos mudar radicalmente a forma como andamos com Deus, pois o que temos não passa de um rascunho superficial do que deveria ser a igreja.
Eu quero tentar, mas o incêndio da floresta é grande demais pra um só passarinho. O que fazer? Vocês vão comigo ou devo desistir e ir cuidar da minha vida?






"TEMOS QUE SER A MUDANÇA QUE QUEREMOS VER"

Friday, April 07, 2006

sou feita de vocês

Ahh... Se
todos
no
mundo
fossem
iguais
a
vocês
...
Amo
muito
TUDO
isso
!!!
=)

Thursday, April 06, 2006

O Cristo Radical

por: Alex Buchan e Paul Estabrooks

“Sigo a Jesus porque Ele é o único sujeito da história que teve a coragem de ensinar que para mudar o mundo realmente, é necessário quebrar a lei para poder cumpri-la.”Um cristão indiano, ex-extremista hindu Ex-líder do alto escalão de uma organização extremista hindu, Valson – não é seu nome verdadeiro – veio a Cristo depois de espancar um cristão de Karnataka, na Índia. Ele foi tocado pelo desafio do evangelista: “Você se dispõe a me bater e rejeita a religião sobre o qual não leu nada a respeito.”Aquilo incomodou Valson, já que ele se considerava uma pessoa estudiosa. Por isso ele decidiu ler os Evangelhos. Começou com Mateus e ficou chocado ao ler no capítulo 5:20: “Se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus.”O que o abalou foi o fato de que Jesus tinha uma interpretação de como cumprir a lei do Velho Testamento radicalmente diferente de todos os entendidos religiosos. Jesus disse que não tinha vindo para abolir a lei, mas para cumpri-la. O que isso significava?Enquanto ele continuava lendo, ficava claro que os escribas e fariseus estavam convencidos de que Jesus estava transgredindo a lei o tempo todo. Ele quebrou as leis do sábado ao curar o enfermo e ao permitir que seus discípulos comessem. Ele transgrediu as leis rituais ao comer com o impuro. Ele até se recusou a aplicar a lei moral ao deixar de condenar à morte uma mulher pega em adultério.Valson estava atônito e confuso, como ele mesmo declarou: “Eu nunca percebera que os cristãos seguiam alguém tão radical, que estava sempre desobedecendo leis. Mas era difícil conciliar isso com o que Jesus havia dito: ‘Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas: não vim para revogar, vim para cumprir’ (Mateus 5:17). Como Jesus cumpriu a lei transgredindo-a o tempo todo?”Então ele procurou o evangelista que espancara. Aquele homem explicou: “Bem, a comunidade à qual Mateus estava escrevendo era composta de judeus que provavelmente tinham sido postos para fora da sinagoga. Eles eram perseguidos por causa de sua nova fé, mas queriam saber o quanto de sua origem judaica deveriam reter. Assim, Mateus está lhes ensinando aquilo que Jesus chama de ‘justiça superior’ e que significa que para toda lei que encontramos devemos perguntar: ‘ Qual é a vontade de Deus que está por trás desse mandamento, e como devemos obedecer essa vontade?’O evangelista deu alguns exemplos. “Jesus curou um homem no sábado. Ele transgrediu o mandamento literal para poder cumprir a verdadeira essência da lei, pois por trás da lei do sábado está a intenção de aliviar os homens das cargas do sofrimento e da fadiga.”Valson ficou maravilhado. “Esse Jesus foi muito radical e, de repente, percebi que eu também não era melhor do que um fariseu”, disse ele mais tarde. “Toda minha religião era apenas uma estúpida obediência cega às exigências superficiais dos mandamentos, e eu nunca refletira no que poderiam significar de fato aquelas ordens. Mesmo no hinduísmo, supõe-se que tratemos bem o estrangeiro, mas nós deixamos o sentido literal das normas afastar a essência.” Obviamente, Valson não quer dizer que todas as leis têm de ser transgredidas para serem cumpridas. Jesus estava falando basicamente das leis do Velho Testamento e a visão de Valson é bastante clara. No entanto, ele percebeu muito claramente que quando um grupo religioso se torna uma “cultura do mandamento”, a obediência excessivamente zelosa às regras resulta, na prática, na capacidade de se apreciar o núcleo do mandamento ou, ainda, de se viver a liberdade para a qual a lei foi inicialmente criada.É como Valson declarou: “Estou convencido de que qualquer um que seja realmente religioso – cristão, hindu ou qualquer outro – desejaria recrucificar a Cristo! Todos nós tentamos chegar a Deus pela obediência às leis, e Cristo diz que nunca vamos consegui-lo dessa maneira. Isso é até insultante, mas é verdade. Não é o caminho da obediência que leva à salvação, mas o caminho do amor e do relacionamento. Cristo, no entanto, ainda permanece radical demais para a maioria de nós.”

Extraído do livro A palavra dos perseguidos, que traz testemunhos dos cristãos perseguidos. O livro é uma publicação da Portas Abertas e faz parte da coleção Linha de frente.

Friday, March 31, 2006

Aventuras no mundo da filosofia...


“Disciplina. Honra. Tradição. Excelência.”

É engraçado perceber como os autoritários impõem seus pontos de vista, tentando, desesperadamente, transformar conceitos subjetivos em verdades factuais.
Porém, mesmo vivendo sob uma ditadura baseada na dominação pela ignorância, sempre se levantam homens que ousam ir além dos limites de seu campo visual a fim de encontrar novas perguntas para velhas respostas. Pessoas que abrem mão do palpável para tocar na imaterialidade do pensamento humano.
Cabe ressaltar, entretanto, que o preço por olhar a mesma realidade cotidiana por um novo ângulo de visão envolve riscos e renúncia. De fato, confrontar-se objetivando a verdade depurada, por muitas vezes, leva-nos a duvidar de nós mesmos. Todavia, a recompensa por ir além dos limites é animadora, conhecer mais de uma faceta da verdade nos proporciona liberdade.
Além disso, estar disposto a mudar conceitos, outrora engessados, gera intensidade de vida, novo ânimo.

“Pegue seus botões de rosa enquanto pode, o tempo está voando, a estas horas, flores que hoje riem, amanhã estarão mortas”

Deus, em sua infinita misericórdia, fez-nos à Sua imagem e semelhança, destinou nossa mente às coisas grandiosas, basta-nos dar o primeiro passo para que tornemos nossa vida extraordinária.
Sendo assim, para entender filosofia é preciso fugir da sistemática e, ciente dos riscos, mergulhar na razão humana que, mesmo quando desprovida de toda a irracionalidade, é ainda mais incoerente que a loucura de Deus. Portanto, torna-se impossível medir com régua corações e almas, é impossível aprisionar sonhos. Não importa o que digam, palavras e idéias podem mudar o mundo.

A filosofia, desse modo, procura novas perspectivas por ser essa a sua função, todavia, mais do que uma prestadora de serviços, ela representa a paixão humana. Assim, desnudando-se do cinismo, somos propensos a enxergar possibilidades onde o mundo não vê solução, a celebrar vitória onde o mundo vê, simplesmente, morte.

Antes de estudar filosofia, deve-se questionar os reais interesses, entender que viver de verdade implica em fazer apodrecer tudo o que não é vida a fim de encher-se de Cristo. Sair da inércia e percorrer o Caminho para o coração de Deus.
Deixar Jesus viver em mim é a certeza de que chegarei ao final da vida sabendo que gozei de intensidade e abundância.

Devemos, constantemente, mudar nosso foco de visão, esforçando-nos por conhecer a Verdade para que, como Jó, vejamos a Deus com os próprios olhos. Há muitas conseqüências por não se conformar com este século, mas viver para Cristo é a verdadeira radicalidade racional.

À Discipuladora, com carinho

Minha Pescadora. Minha mãe na fé. Minha Pastora. Meu Paulo.

Linda... uma das mulheres que têm destaque na minha vida. Da primeira vez que a vi, logo percebi que ela era realmente diferente, afinal, que outro ser humano vai de calça de moletom pra igreja? Entretanto, da primeira vez que a ouvi, me apaixonei, sabia que tinha que ficar perto dela para aprender a ser alguém.

Conheço minha pescadora há seis anos, porém, só a reconheci no como tal, dia 23/07/05, de madrugada, no chão frio da cozinha dela. Naquela noite, pela primeira vez, orei com a minha pescadora e recebi consolo quando me chamou de “peixinho”. Como fui feliz naquele momento. Renata é uma das pessoas mais inteligentes que eu conheci, impressionante como ela sabe que está sendo testada, mas não revida. Como perdi tempo, pois, sabia que ela era presente de Deus na minha vida, mas não a tratava assim. Minha pescadora tem um diferencial, além de ter um chamado lindo de Deus, a ponto de constrangê-la a largar tudo em prol dos sonhos d`Ele, ela resplandece o semblante de Cristo. Não importa quantas páginas eu escreva; jamais conseguiria descrever meu amor por você. Como eu te amo pescadora, obrigada por não me ver como aquela adolescente religiosa que já fui um dia, obrigada por me perdoar e me aceitar no seu coração, obrigada porque o seu abraço é mais gostoso que bolo de lama.

Pescadora, eu tenho muito orgulho de você, sempre tive, você maneja a palavra como ninguém, poderia ouvir seus sermões pra sempre. Uma coisa que me fascina em você é o fato de que tudo que cai em suas mãos é bem feito. Ouvir-te é melhor do que cafuné. Lembrarei com muito carinho de todas as nossas histórias, das visitas à sua casa sem motivo algum; das risadas; das exortações; das viagens; das suas filhas (presentes divinos que eu aprendi a amar mesmo antes que nascessem); dos almoços; das vezes que você tentou ir embora... Enfim, seu nome está tatuado a fogo no meu coração.
Eu sei que fui a Três Rios para que houvesse cura. Eu sei que Deus me usou para reavivar o que já estava morno e não ardia mais no seu coração e, por outro lado, você foi usada para que eu finalmente te achasse, para que eu pudesse te contar que pela primeira vez na nossa história eu te honrei. Como sou grata por isso.

Obrigada por me esperar, por não me decepar do seu coração. Viu pescadora? Agora eu sou pescadora também, glórias a Deus por derramar sobre nós infinitas bênçãos sem medida todas as manhãs. Ainda teremos muitas madrugadas como aquela, só nós e Deus.
Respeito-te. Obedeço-te. Amo-te. Não só por tudo o que você fez em mim, mas pela mulher que você é, de fato. Não escreverei mais, pois aqui não é o lugar certo para escrever sobre você, entretanto, na minha vida. Escreverei as mais belas histórias já contadas, pois, sou carta viva sua. Seu Timóteo. Prometo que nunca me envergonharei do evangelho; irei me fortificar na graça de Cristo; que, se preciso for, morrei pela Palavra; pregarei, quer seja oportuno, quer não; vou combater o bom combate; abominarei aquilo que Deus abomina; vou guardar a palavra; farei as boas obras e não me deixarei ser levada por vãs doutrinas.

Mãe, ore por mim e pelo meu ministério.
Paulo, cuide de mim para que eu não caia.
Pescadora, ore comigo quando eu precisar.
Pastora, me discipline com mansidão.
Renata, tenha orgulho e nunca dúvidas de mim.
Nossa história está começando a ser contada agora, cada uma na sua missão, onde Deus nos colocou. Dói escrever essas palavras, mas eu sei que nossos caminhos não serão trilhados juntos. Contudo, quando você se lembrar do RJ, lembre-se que há um peixinho seu aqui orando por você, porque, nas horas mais difíceis da sua vida, mesmo que você não perceba, minha oração está puxando você pra cima também.
Obrigada por me ensinar a ler a bíblia, obrigada por ter ido na hora certa, pois eu precisava de comida sólida. Obrigada pelo seu sorriso, ele me dá paz. Obrigada por ter feito diferença na minha vida e me ensinado a fazer também na vida dos meus peixinhos. Amor até o fim.
“Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com consciência pura, porque, sem cessar, me lembro de ti nas minhas orações, noite e dia. Lembrando das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, (...)” II Tm 1. 3-4
Não existe versículo melhor para descrever a o que eu sinto quando penso em você.

Que todos os dias nossos ministérios renasçam em nossos corações. Vamos escrever histórias diferentes daquelas que as pessoas estão acostumadas, pois, Cristo será nosso personagem principal. Beijos, feliz aniversário

Thursday, March 30, 2006

Pra Marlene, pros Marcos, pro Aedson, pro Humberto, pro Higo, pros franciscos, pras franciscas, pras outras 3

Esta é uma história tão incrível que deveria começar com "Era uma vez...", está recheada de fatos inimagináveis que parecem ter saído dos mais belos contos, entretanto, sua veracidade se comprova pois, não saíra das fábulas de nenhum autor, senão, dos sonhos de Deus. Tudo começa quando um pastor apaixonado pelo Reino desafia quatro jovens missionárias a abandonarem o conforto de suas próprias vontades e a saírem em busca de um lugar onde existem, além de terras, vidas secas e sedentas por Boas Novas. Mas como iríamos para a nova Canaã sem recursos? Como aquele povo ouviria se não fôssemos enviadas? Nessa hora, a igreja se fez presente: mulheres preparando almoço, membros contribuindo, déboras orando... pronto, agora é só viajar! Rio de Janeiro - Natal - Mossoró - Antônio Martins
Antes, porém, de falar sobre o Avanço em si, queremos ressaltar o amor da família Amorim. Uma família que vive o conceito bíblico de hospitalidade. Como nos sentimos constrangidas com esse amor. Nunca esqueceremos quando a missionária Marlene, esposa do pastor Marcos Severo, nos falou com lágrimas nos olhos que gostaria de ter tido mais tempo de preparar a casa para nossa chegada. Mal sabe ela que fomos tratadas como princesas. Naquela casa, fomos amadas e aprendemos a amar. Sexta-feira, começo do Avanço Missionário em Antônio Martins. Após três horas de kombi, chegamos numa cidadezinha do sertão que parece ter sido esquecida até pelo tempo, mas não fora por Deus. Incrível ver que numa cidade onde abunda a pobreza e o analfabetismo, superabunda a amizade, a receptividade e a vontade de conhecer pessoas. E o Impacto começa, e nem uma noite dormindo na rede tira a nossa empolgação, formamos um exército armado de panfletos e entoamos louvores anunciando que algo diferente iria acontecer, que Antônio Martins nunca mais seria a mesma. Um aglomerado semelhante a um arrastão distribuía folhetos e avisava que uma nova igreja nascera na cidade: a Primeira Igreja Presbiteriana de Antônio Martins. Guardaremos em nossa memória a cara de espanto de muitos ao ouvirem, ao som de megafone, sobre o amor de Cristo, a felicidade de quem parava e ouvia a cantoria. Não se falava sobre outra coisa na cidade!!! A tarde, fizemos o evangelismo 2 a 2. Fomos divididos em duplas e percorremos as casas a fim de falar sobre salvação, sobre mudança de vida e principalmente para ouvir histórias, dar conforto, orar ou simplesmente dar um sorriso. Testemunhamos que o Espírito de Deus constrange até os corações mais duros, como é lindo falar do amor que vive em nós. Em cada casa vivemos uma história diferente, em cada conversa ouvimos um drama de pessoas que vivem numa cidade que tenta roubar os sonhos dos jovens; que só tem um hospital e mal equipado; que oferece um ensino de baixíssima qualidade; que vive uma luta religiosa por conta do fanatismo de uma determinada seita; que tem um alto nível de alcoolismo... são tantos problemas, mas que mesmo assim, não conseguem tirar o sorriso do rosto no momento em que perguntamos se podemos entrar para falar sobre Jesus. A noite, tivemos o culto inaugural, toda a cidade compareceu, a rua estava linda, cheia de gente, toda iluminada. No momento da pregação, o pastor nos chama para orar em separado com ele. Momentos de grande intensidade, nós chorávamos ao clamar pelas almas que aceitariam a Cristo naquela noite. Aprendemos que para fazer missões, temos que ter joelhos feios e pés lindos! Poderíamos contar muitas histórias sobre joelhos que se dobraram ao ouvirem O Nome Santo de Cristo, sobre demônios expulsos, sobre casas tão pobres que não tinham nem cadeiras, sobre famílias numerosas, sobre depressão em idosos, sobre a miséria, sobre a falta de informação, sobre a descrença em um futuro melhor aqui na terra. Porém, cabe a nós quatro falar sobre alegria, sobre um Deus que faz milagres e vive e reina em nós. Vimos uma chuva de Glória inundar os corações daquela cidade e o Espírito nos usar para libertar cativos. Vimos franciscos e franciscas aceitando a Cristo como Senhor e Salvador. Fica claro, portanto, que a sequidão nos corações só pode ser sanada com a Água Viva que é presente de Deus. Essa viagem deu-nos ensinamentos que guardaremos por toda a vida, aprendemos que missões se faz de joelho no chão, pois as provações são inúmeras. Também tivemos confirmação de chamados, vivemos a essência da evangelização relacional e nos apaixonamos por cada cidadão daquela cidade. Cristo está alargando as suas tendas e o arraial está aumentando, bem-aventurados os que participam desse aumento. Somente no momento que entendemos que o Sertão já pertence a Deus, só faltava quem fosse lá busca-lo de volta pro Pai, descobrimos nossa missão: amar tão intensamente a ponta de dar a vida por outro. Se alguém quiser descobrir o que tem no Sertão além de Mandacaru, Macaxeira, Jerimum e Jabá, não perca tempo lendo essa história, não procure o Sertão nos quadros de Portinari ou no determinismo de Euclides da Cunha; vá ao Sertão fazer a sua própria história, ouse marcar vidas com o Evangelho que salva para que se conte em várias "antônios martins" histórias que tenham a Cristo como personagem principal. "Então, eu disse: semeai para vós outros em justiça, ceifai segundo a misericórdia; arai o campo de pousio; porque é tempo de buscar ao Senhor, até que ele venha, e chova a justiça sobre vós." Os. 10.12 Quer ouvir mais histórias?!
Ide... Sertão, Amor eterno e NA Verdade

Saturday, March 25, 2006

COEXIST, by U2

Vivemos um período de pluralização, no qual, prega-se que não há verdade absoluta. “Eu aceito a sua fé, você aceita a minha, e nós ´coexistimos`". Desse modo, a Verdade é deixada de lado em prol da lei do “menor esforço”.É inegável, porém, que devemos ser compreensivos uns com os outros, respeitando as diferenças, mas nunca se esquecendo de que TODOS os povos precisam ouvir sobre o Evangelho libertador. Assim, devemos buscar o equilíbrio ensinado nas escrituras para que não sejamos missionários imperialistas, colonizadores de mentes. Contudo, sejamos cautelosos no que diz respeito a essa idéia de "coexistir". Não defendemos a intolerância, pois essa fere a essência do amor pregado no evangelho genuíno, porém, seria insano o fato de, simplesmente, ignorarmos que mais da metade do mundo ainda não confessa a Cristo como Senhor e Salvador. Quando tomamos parte com as trevas, nossa luz se apaga e só resta o clamor das pedras. É dever de o cristão ser crítico (crer é pensar), não podemos ser levados por qualquer discurso bem elaborado. Muitas vezes, fábulas profanas e ventos de doutrina apresentam-se de maneira bem agradável aos olhos.Precisamos ter um ponto de vista bíblico quando pensamos neste mundo: criação, queda, redenção e glorificação. Porque o homem não é bom por si próprio, senão, apenas, quando se auto-esvazia a fim de encher-se de Deus.Além disso, a Paz que Jesus nos prometeu é outra, e certamente não foi pregada por um homem que dá “selinho” numa mulher casado e no guitarrista da sua banda, a paz que o mundo precisa é a reconciliação com Deus. Fora disso, existe, apenas, "formas de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder".Por outro lado, Jesus mesmo disse que traria espada, no contexto de que a fé levaria muitos a serem perseguidos, exemplo disso foram os apóstolos, que escreveram as primeiras páginas da história da Igreja com o próprio sangue: importa obedecer a Deus e não a homens. Não devemos excluir, mas NÓS seremos excluídos quão mais fiéis formos ao chamado de Jesus. A mensagem do evangelho não é "pop"! Vale ressaltar, entretanto, que NADA disso justifica os genocídios, os conflitos religiosos e raciais, o fanatismo, etc. Cabe a nós olhar por um ângulo diferente daquele exibido pela Rede Globo.Existe a graça comum e sem ela o mundo estaria em caos total! O mundo precisa fazer apelos e tentar amenizar o problema, mas nós temos uma cosmovisão diferente e talvez uma expectativa diferente dos próximos anos...Soa-me ingênuo (ou escatológico?) este negócio de coexistir, no sentido de que todos daremos as mãos, que seremos inclusivistas, que nos consideraremos uma só família... como essa Nova Era consegue ser repetitiva... (acho que essa perigosa mistura de rock com carnaval não fez bem aos irlandeses...)Engraçado ver como nos países ditos “primeiro mundo” há um belo discurso sobre liberdade e igualdade e, ao mesmo tempo, a intolerância aos estrangeiros e a certas etnias eclode em conflitos sangrentos em lindos dias de domingo, quando todos deveriam congregar em suas respectivas igrejas.Não há mais tempo para sermos enganados com palavras de ordem e protesto inconsistentes.Ser cristão não significa que só haverá Dias Lindos, mas tenhamos bom ânimo, Cristo venceu o mundo. Já é hora de levarmos Deus a sério, pois o Dia está próximo e haverá um novo céu e uma nova terra... with or without you...

Tuesday, March 21, 2006

METANÓIA

"Amo borboletas, porque elas me lembram SANTIFICAÇÃO (metamorfose), porque elas me lembram que o Deus que eu amo e adoro me criou, eu não sou um fim em mim mesma e sim um pedaço d'Ele. Lembram-me que sim, eu sou frágil, mas que eu posso voar, porque foi isso que Ele tinha pra mim: asas, e não casulo." Julie
CRISÁLIDA: Um novo ângulo para a teoria do caos

Já cansei desses apelidos que as pessoas dão pra Deus: força maior; acaso; coincidência; aleatório; destino; energia; crossing over dentre tantos. É bem melhor chama-Lo pelo Nome, DEUS.
Hoje vim contrapor o efeito borboleta. Há um certo tempo um amigo meu disse-me que o universo conspira para o bem, e é por isso, que estou falando sobre apelidos. Ora, todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (universo), mas como se pode amá-Lo, se nem pelo nome certo O chamam?
Entretanto, não é sobre apelidos mas sobre mim que vou escrever. Vim falar sobre um apelido que realmente me define: Crisálida.
“Estado intermediário dos lepidópteros antes de se transformarem de lagarta em borboleta”.
Metamorfose; esse é o estado em que me sinto agora. Minha ansiedade pela chegada de 2006 se reflete em tudo, é bom ter certeza das coisas que se esperam. É bom também ter a convicção do meu chamado quando olho para os meus discipulandos, cartas vivas das bênçãos de Deus sobre mim.
Desse modo, às vezes, fico assustada por ter sido escolhida, dá quase vontade de falar que sou criança e por isso não posso ser usada. Porém esta é a maravilha de Deus, capacitar os escolhidos, mesmo sendo eu uma mera lagartinha.
De fato, as coisas antigas passaram, eis que tudo se fez novo. Nova vida; novos odres; novos panos; novas línguas; nova Aliança; nova criatura; novo espírito; novo viver; novo caminho; novo mandamento; novos céus; nova terra; novo nome...
Cristo veio para gerar um efeito borboleta totalmente oposto ao caos que o mundo conhece. Acheguei-me até Ele para instaurar o caos no velho homem em prol da paz de uma nova Luana que nasce em mim todos os dias quando busco A Perfeição.
Fica claro agora por que o bater das asas de Deus dentro do meu ser gera grandes tornados na vida do meu próximo.
Somente com uma transformação completa, de dentro pra fora, através do Espírito Santo, serei livre para voar como uma borboleta e ser moldada conforme o caráter de Cristo para marcar minha geração e criar tornados que abalem as portas do inferno.
Deus, continue a bater suas asas dentro de mim para que se gere grandes tempestades de avivamento por todos os povos pelos quais o Senhor me enviar.
“Eis que faço nova todas as coisas” Ap 21.5

Saudade dói

De que adianta passar ensinamentos sobre coisas que não vivo? De que adianta pregar o Evangelho e não aceitá-lo? De que adianta ter amigos se não posso chamá-los de irmãos? De que me serve causar fascínio em outra pessoa se não edificá-la? Para ela, dou autenticidade e nunca cinismo, a fim de que ela seja uma grande mulher aos olhos de Deus. Hoje, posso dizer que, para que ela chegue mais perto de Deus, abro mão de tudo, inclusive da nossa amizade, se preciso for. Só não abro mão mesmo do maior Amor, que é dar a vida pelo outro. Para ela, não há rebuscamento ou catarse, apenas exercício, para que ela corra cada vez mais rápido pro Alvo. Com ela, tenho chão no pé, para que mesmo voando e sonhando, ela possa chegar ao fim e dizer: é, foi verdadeiro.
A LENDA DO TESOURO PERDIDO
“o qual nas gerações passadas, permitiu que todos os povos andassem nos seus próprios caminhos; contudo, não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem... enchendo o vosso coração de fartura e de alegria.”


Começo desta vez com um problema, não se assuste, não é a escolha das palavras que me preocupa, entretanto, a profundidade exigida para descrever-te que é superior ao trabalho de um poeta parnasiano preso a hipérbatos, métricas ou chaves de ouro, que se preocupa apenas com a forma e se abstém do conteúdo, pois, mesmo que muitos pensem que o falar sobre você se restringe apenas na tarefa de equiparar sua beleza a de um vaso chinês, se enganam, porque falar sobre você é estar aberto a um mergulho sensorial. Dessa forma, para que eu seja verossímel, não posso ter medo de ousadamente adentrar o universo da psicanálise sem me esquecer, todavia, de buscar no amor a inspiração divina.
Para te descobrir foi preciso penetrar através de sua íris, retirar sua pele, jogar fora os músculos, rasgar as vísceras, até livrar-me do material e transcender na imaterialidade de sua alma, pois essa não muda. Reconheço a árdua tarefa que tenho pela frente (espere um instante: árdua? Eu quis dizer difícil, pois pensar em você é muito prazeroso! Perdoe-me pelas digressões, cara leitora, que deixam meu testemunho com uma lentidão machadiana, mas ao que me parecem, são indispensáveis). Desse modo, não gastarei muito tempo sendo expositiva, porque não me engano, sei que usar de palavras para descrever-te não seria suficiente, pois essas simplesmente não existem. Com isso, permita que eu apenas sugira, que te busque em símbolos (como João em Apocalipse) para que eu não me prenda a obviedades e te possibilite a liberdade para mudar. Sendo assim, metáforas (ela é um anjo), metonímias (o sorriso caminhava por Mossoró), ou comparações (ela é como um dia de verão) não me satisfazem, pensar em você só é possível por meio de Sinestesias. Você consegue provocar uma cascata de sentimentos, uma mistura de doce; macio; suave; sensível; belo; quieto; atento; sereno; cheiroso e terno que te representam, pois na sua linguagem indizível aprendi a te conhecer.
Pensar em você é querer descrever um sonho, é pensar num quadro com tintas vivas e metamórficas. Impressionante como você consegue se perder se em qualquer risada consigo te achar. Nietzche estava certo: “de manhã cedo, quando o dia nasce, quando tudo está nascendo, ler um livro é simplesmente algo depravado...”. Você me ensinou que curtir a vida nas coisas simples não é ausência de intensidade, é apenas sensibilidade. Desse modo, eu, que já tomei tristeza, hoje, tomo alegria relaxo e aproveito cada segundo, não me machuco para escrever, apenas escrevo. Hoje, quando me perguntam sobre o que eu tenho nas mãos para marcar a minha geração, não penso com um calculismo frio (típico de quem não sabe dançar) me lamentando sobre o que eu poderia fazer se tivesse isso ou aquilo nas mãos, outrossim, respondo com a autenticidade de Moisés: “uma vara e um cajado”. Portanto, abaixo o Amiel, o diário de Maria Bashkirtseff, o existencialismo ácido de Nietzche e o pessimismo de Alphonsus de Guimaraens. Eu quero cantar a beleza de ser uma eterna aprendiz, dançar forró de madrugada e ser testemunha viva que Deus transforma lamento em baile.
Conhecer-te é entender como Deus tem prazer de revelar-se a nós, no seu sorriso, vejo que O Pai é o maior dos artistas, no seu carinho, sinto o conforto divino, na sua exortação aprendo humildade e no seu viver rendo glórias ao Rei porque Ele é o melhor oleiro e você, um lindo vaso para honra.
Amizade é o casamento das almas e, nesse caso, a união do não pensar e simplesmente viver da visão com o intenso pensar da poesia. Como é surpreendente o poder harmônico que há na co-existência do visível com o invisível. A arte de ver por diferentes ângulos é uma de suas melhores qualidades, só não supera a sua arte de ouvir, gosto sempre de dizer que ângulos opostos pelo vértice correm para rumos totalmente diferentes, todavia, serão eternamente iguais e unidos. Afinal, até retas paralelas se unem na linha do horizonte!
Missionária, amo te chamar assim, que Deus te dê lindos sonhos, que você marque histórias com o sangue de Cristo em muitos lugares. É maravilhoso saber que nossas experiências estão escritas nas histórias sem fim dos Atos, poder dizer que você é Carta Viva do meu ministério, que fui escolhida para te discipular, que Deus me deu você para amar, cuidar e ensinar a voar são grandes felicidades. Portanto, voe missionária, voe para bem longe, porque o tesouro perdido já está dentro de você, basta que você transforme a lenda em realidade, basta que você leve o tesouro para atenienses, cananeus, santais, gedeos, chineses, coreanos, karens, kachins, lahus, was, shans, palaungs, asmats, CANADENSES e os ensine a gritar o Nome suficientemente salvador de Deus do jeito que eles já têm, mas ainda não descobriram, esqueceram ou simplesmente têm medo de gritar. Pois o mapa do tesouro perdido foi escrito desde a atemporalidade em nossos corações!!!
Não se esqueça, entretanto, de levar meu coração contigo, guardar meu coração amigo, quando tiver frio, se aqueça com meu amor, quando estiver doendo, ore comigo, quando você for perseguida, regozije-se no Evangelho, pois este mundo não será digno de ti.
Minha amiga, isso não é um adeus, lembre-se que o mundo é redondo...nunca te apagarei da memória ou do coração. Não me apague também, eu ainda quero viver muitos sonhos contigo, não quero ser uma lembrança tão cedo. Se entramos em um novo ciclo, tudo bem, se você me trata diferente, que ótimo, mas eu não quero que as melhores coisas mudem!!! Quero viver a vida intensamente ao seu lado por muito tempo ainda. Aceite todo dia meu amor por você, um amor que em nada parece prisão, mas que sente-se responsável por você sim (o que eu posso fazer, também já li o pequeno príncipe).
É... a gente aprende, aprende que os melhores amigos nos conduzem à Cristo quando não conseguimos caminhar sozinhos. Oro para que eu me revele a melhor das amigas muitas vezes. Obrigada pelas visões, sensações e pela natureza (joá, aterro, pão de açúcar, praia, lua...). Crescer contigo é muito bom, aprendi que perto ou longe estarei contigo, vou ensinar meus filhos a te amarem e respeitarem como tia, e quando eles me perguntarem quem é você, responderei: essa é a irmã da mamãe, a tia Luciana, missionária como a mamãe e a tia Raquel. Você já é minha família, sua dor ou alegrias são minhas também.
Quer saber quem é a pessoa que eu descrevi?
Impossível, pois ela não tem fim em si mesma, ela é um pedacinho de Deus.
Perdoe meus defeitos, não deixe que eles me separem de você, porque Deus quer a nossa unidade. Portanto, ame a individualidade que eu mostrei pra você, troque o que incomoda, mas se for eu; insista, troque o que atrapalha, mas se for a nossa missão; sonhe...
Sonhe missões comigo
AMOR NA VERDADE, ATÉ O FIM.
“Por esta razão, pois, te admoesto que reavives o dom de Deus que há em ti pela imposição das minhas mãos”
“...a alma de Luana se ligou com a de Luciana; e Luana a amou como à sua própria alma” I Sm 18.1 (adaptado)
Amores iguais aos seus? Impossível, porque não existem comparações, apenas pessoas diferentes =)
"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que devemos cultivar, se não, murcha..."