Tuesday, April 11, 2006

O Globo: 2075


Outro dia me perguntaram o que eu gostaria de ler nos jornais e revistas sobre a igreja evangélica no ano de 2075. Eis um texto que eu sonho em ler:



As igrejas evangélicas superaram um difícil obstáculo: a união para criação de modelos e padrões de qualidade que reflitam os princípios bíblicos e mantenham as igrejas na direção de cumprirem a missão para a qual foram criadas, fazer discípulos. Muitas igrejas alcançaram padrões mundiais de qualidade, demonstrando que isso é plenamente viável no ministério. As denominações também conseguiram identificar os parâmetros que contribuem para o crescimento qualitativo da igreja e aprenderam com seus erros para fazer melhor o que faziam antes.
O desafio de fazer discípulos em todas as nações ainda existe, mas agora as igrejas podem se concentram mais nesse desafio do que em seus problemas internos, que embora ainda existam, ocupam a posição secundária como deve ser. As frentes de trabalho são convergentes e reduzidas, oferecendo programas com qualidade e relevância. A auto-avaliação através de critérios elevados de qualidade tem ajudado aos ministérios na identificação de seus pontos fortes e fracos.
O maior obstáculo para o avanço desse processo ainda é a falta de compromisso da liderança eclesiástica com a busca constante pela excelência, que significa abandonar antigos paradigmas e adotar novos métodos para atingir os mesmos objetivos definidos há mais de dois mil anos. Também não compreendem que precisamos fazer do melhor jeito e não do nosso jeito, e que devemos negociar o negociável e não negociar o inegociável, a sensibilidade da percepção do que é ou não negociável é transcendental e depende da relação com Deus.
A gestão qualidade deve ser vista como um meio para alcançarmos a meta da melhor forma e com os melhores resultados, nunca deve ser vista como um fim. Mas o grande pulo do gato está nos resultados, o que queremos como resultado de nosso trabalho? No final do ano o que gostaríamos de apresentar como “lucro” das nossas atividades na igreja? Pessoas, esse deve ser o foco. Mas não apenas um objetivo numérico, mas qualitativo, ao olhar para a igreja e observarmos o sr. João que assiste todos os cultos da semana devemos trabalhar para que o sr. João seja mil vezes mais capacitado para ser um bom discípulo, guardião e pregador do evangelho que também prepara novos membros para crescerem e cumprirem seu papel. Porém muitos líderes ainda estão preocupados em encherem seus templos com mil pessoas como o sr. João, que freqüenta a igreja a muito tempo mas que ainda é imaturo na fé. O modelo da idade média ainda resiste em denominações que apostam na ignorância dos membros e em celebrações emocionantes.
Apesar de tudo, os historiadores falarão no futuro que esse século foi o século do resgate da qualidade na igreja. Hoje, pessoas chegam nas igrejas e são logo acolhidas por membros mais maduros e preparados para cuidar de pessoas e apresentar o evangelho integral para os novos membros, acompanhando seu crescimento e orientando. As escolas bíblicas possuem professores treinados e recursos adequados, todos os ministérios são orientados para aproveitar a vocação e os dons de cada membro, que logo após seu batismo participa de um programa de identificação de dons e talentos. A liderança é altamente preparada e participa de fóruns e congressos constantemente, e trabalha com transparência no objetivo de preparar as pessoas, todos os líderes demonstram claramente que seu papel é fornecer aos membros ferramentas para que cada um desempenhe seu papel, desenhando uma direção e capacitando cada um pra ajudar a igreja a caminhar nesse sentido.
Acompanhamento psicológico e assistência social com a orientação correta são marcas registradas da igreja de hoje, que dispõe de recursos da iniciativa privada mobilizados pela crescente tendência de responsabilidade social e estimulados pela transparência e qualidade das igrejas além dos incentivos fiscais.
Cada pessoa sabe que encontrará conforto e uma palavra de amor nas igrejas cristãs e já não ouvimos mais piadas e escândalos envolvendo cristãos. As redes de TV e rádio adequaram sua programação aos padrões morais da igreja e aos horários dos cultos, hoje os jogos de futebol são das 16h às 18h e o Fantástico começa às 21h, para não perderem o público cristão. As excelentes músicas cristãs são apreciadas por todas as pessoas, os bons livros de autores cristãos estão sempre entre os mais vendidos, revistas como Veja, Istoé, e jornais de grande circulação em todo país possuem colunas escritas por pastores e teólogos brasileiros.
Os índices de analfabetismo, desemprego, criminalidade e violência doméstica diminuíram sensivelmente nas cidades de maioria evangélica e os líderes de países muçulmanos tentam obter os mesmos resultados copiando o modelo brasileiro de integração igreja-governo sem muito sucesso.

Isso seria um devaneio meu ou uma possibilidade? Creio que nunca saberemos a resposta se não tentarmos mudar radicalmente a forma como andamos com Deus, pois o que temos não passa de um rascunho superficial do que deveria ser a igreja.
Eu quero tentar, mas o incêndio da floresta é grande demais pra um só passarinho. O que fazer? Vocês vão comigo ou devo desistir e ir cuidar da minha vida?






"TEMOS QUE SER A MUDANÇA QUE QUEREMOS VER"

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